jueves, 28 de octubre de 2010

4.2 (o voo das aves)

Há uma ave presa no fundo do teu olhar. solta-a. dá-lhe asas. voos. ventos. bússolas. mapas. e horizontes. diz-lhe `que conheces um soldado que se bate até cair moribundo. está sempre na linha da frente. cavou trincheiras. cavou vazios. diz-lhe que levou anos a decifrar um sonho impertinente. separava as folhas do vento. levou vidas a morrer com un vagabundo. pois uma só vida nunca chega para ser vivida.

nenhuma verdade há-de sobreviver

há uma ave presa no fundo do teu olhar e no teu rostro um silêncio onde ninguém sai.

(Emanuel de Sousa, Ariadne)

No hay comentarios:

Publicar un comentario

Apura, que la entropia aumenta